sábado, 16 de setembro de 2017

EU NÃO ESTAVA A PENSAR EM NADA


EU NÃO ESTAVA A PENSAR EM NADA
 
 
Depois de mais um dia de sol, nu, deitado em sua cama, janelas abertas, apenas uma suave brisa marítima e um luar prateado inundaram aquele aconchegante ninho. Um breve olhar para o teto, calmamente, fechou levemente os olhos e num flash telepático, desejou profundamente a presença dela…

O calor abrasador do verão e as lembranças daquele corpo moreno, confundiram seus pensamentos, que aos poucos, meio dormentes, meio vigilantes, no silêncio da noite, simularam o confuso estado de letargia e o relaxar profundo de todos os músculos bronzeados do seu corpo.

Como por encanto e com muita sutileza, sentiu no quarto um raro perfume! O perfume dela! Sequer ousou a abrir seus olhos. Sentiu na pele, arrepios provocados pelo deslizar de unhas, que calmamente, exploraram cada parte do seu corpo. A partir dos seus pés, subiram serpenteados em ziguezague até o seu rosto. Acompanhou ansioso as trajetórias excitantes, que despertavam cada célula da sua pele. Sentiu o frescor da respiração dela a aprumar os pelos do seu peito.

Percebeu que algo mais pesado e quente repousou sobre o seu peito, dando-lhe a sensação, que acabara de ser montado como se um cavalo fosse. Como uma criança no escorregador, lentamente, ela deslizou seu ventre tronco abaixo. Bem devagarinho! Encontrou no percurso, no vértice das suas pernas, o obstáculo ereto, que ela procurava. Percorreu aquele membro rígido de baixo para cima, até ao topo, onde encaixou-se perfeitamente, vestindo por completo bem fundo, tomando-lhe para si, ajeitando-se com suavidade, como um cavaleiro sobre a sela. Ele se portou como se um gigante fosse!

Ao apertar os joelhos às ancas dele, premeditou suas intenções, de, tal qual um jóquei, cavalgar do passo lento ao galope desenfreado a perseguir a vitória! Foi isso mesmo, que ela fez!

O roçar dos mamilos sobre seu tórax, marcou o ritmo do galope! Sentiu imensa vontade de abrir seus olhos. Resistiu!

Todos os músculos do seu corpo estavam sob tensão. No auge da cavalgada, seu hálito balsâmico e ofegante se misturava ao dela. Galopava ela com doçura e especial controle de todos os avanços e recuos, que a cavalgada exigia!

Na reta final, já próxima à exaustão, o calor desprendido pelo atrito dos seus corpos numa fusão de veias dilatadas, estimulava o consequente turbilhão, que se iniciaria nos próximos instantes. A iminente erupção desejada da lava incandescente, que ela já pressentia percorrer o trajeto ascendente até jorrar em repetidas golfadas. Prendeu a respiração. Seu coração pulsava na carótida!

Suspiros em dueto aos poucos silenciaram! Um sopro morno e perfumado percorreu seu corpo agora despovoado. Inalou os resíduos do perfume, que dela ficaram no ar.

Ainda incrédulo, apalpou o lençol à procura de vestígios de mais um sonho de adolescente. Nada! O lençol estava seco. Um leve desejo de abrir os olhos e gargalhar, sentiu, porém, conteve-se e degustou com prazer aquele efémero momento de felicidade!

Girou seu corpo e simulando um feto, imaginou-se Adão numa noite de amor, em mais um ardente verão no Paraíso. Adormeceu!


Autor: Vítor Nani, um amigo de verdade!

Visitem-no em: http://vitornani.blogspot.com.br/
 
 
 
EU ESTAVA A PENSAR EM TUDO
 
 
Após o dia tórrido que se tinha feito sentir, deitei-me na tua cama, sem nenhuma peça de roupa, tendo, apenas, por companhia a aragem da noite, a janela atenta e amena e a lua, cheia e curiosa. De olhos semicerrados, olhei o nada e o tudo que eras tu e que acabavas de entrar no quarto.
 
Deixei-me ficar, assim, imóvel, serena, esperando que me espicaçasses e aliciasses para a vida, mas ficaste parado junto à cama, olhando-me.
 
Farta de parecer que estava hibernada, puxei-te, com raiva e firmeza, para mim, começando por tirar-te a camisa, mas, rapidamente, tu retiraste o resto, que era pouco e atiraste-te para a cama, colocando-me, estrategicamente, por cima de ti.
 
Agitei e despertei ainda mais os meus cabelos, abusei do batom vermelho e coloquei-me na posição de cavaleira, sem antes, verificar se o macho, que iria montar, aguentaria a forma de passeio, por ele escolhida, pois ele iria ficar à minha mercê, comandando eu as operações na arte de montaria, para além do meu prazer ser favorecido, aumentando o estímulo do clítoris.
 
Olhando-te, languidamente, comecei com movimentos lentos, pensando nos riscos que poderias correr com este galope: as fraturas no pénis, embora saiba que este assunto nunca te passa pelo cérebro, mas pode muito facilmente passar-te pela cabeça, pois, essa, se houver um entusiasmo exagerado, pode ficar lesionada, porque os exageros pagam-se, sempre, como tu sabes e toda a gente sabe.
 
Cuidadosamente, aumentei o ritmo, enquanto te beijava a boca e te lambia o peito, felizmente, de pelos claros e escassos, nomeadamente os teus mamilos tão pequeninos e expressivos, mas tu, pressionando as minhas ancas e nádegas, querias uma dança rápida, forte, esfoliante, e tanto me elevavas, quanto me puxavas para baixo. Não, não deve ser assim, já te tenho dito, pois o importante não é chegar, rapidamente, ao fim da viagem, mas sim apreciar e saborear a paisagem circundante, ao mesmo tempo. Eu sei que é difícil para o macho entender e pôr isto em prática, mas compete à fêmea ir controlando a situação, ou seja, pondo a mão, firme e lassa, na "arreata" (desculpa a figura de estilo)!
 
Abrandei, depois parei, e, de imediato, abriste os olhos, sumidos e perdidos. Peguei no teu pénis, já quase em repouso, e decidi barrá-lo com um creme, mistura de coco, quivi, amêndoa e chantilly, que preparara, antecipada e propositadamente. Mesmo insatisfeito, permitiste a minha ação, que iniciei com as mãos e depois com os lábios e a língua em toda a tua cuidada zona genital, saboreando e lambendo, tão invulgar iguaria. Começou a animação, pois então! Queria proporcionar-te uma festa de ternura, de imenso prazer e luxúria, até que jorrasses, em abundância e com pouca elegância, o elixir dos sentidos, das sensações e das emoções.
 
A vida crescia, a azáfama, também, e duplicavam-se ou triplicavam-se os momentos de alegria, gozo, alívio, saciedade e até sensibilidade, essa, mais minha!  Com vários propósitos, fiz de fera, mas para compensar entreguei-te os meus seios para veres com minúcia (ai, que lírica, que eu sou!), beijares, sugares e te deliciares. Os murmúrios e os sussurros começaram a ouvir-se, indicando que o corpo estava quase abastecido e, naturalmente, rendido. E suspiros e ais continuavam, num envolvimento louco, feliz, sincero, tão muito, tão pouco! O âmago tinha chegado a ambos, embora em tempos diferentes, mas nunca vi, nunca vimos nisso nenhum problema. Os lençóis manchados e molhados, olharam-nos, como habitualmente, ou seja, com cumplicidade, afeto e hospitalidade.
 
Não tinha sido um sonho, antes estávamos no nosso paraíso real. Obrigado, minha querida, minha vida, disseste! Obrigada, meu querido, meu doce amor, retorqui!

Depois, tu adormeceste e eu fiquei a olhar-te. O meu sono chegou mais tarde. 
 
 
CÉU 

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