sexta-feira, 11 de agosto de 2017

TU NÃO MUDASTE

O meu corpo, esta imensidão traquina
fruta apetitosa, de sumo doce
paraíso leve, recatado, que te fascina
íman, atração carnal, de veludo
que te apetece, sem regras
por isto, aquilo, por nada e por tudo.

Quando lhe tocas e o acaricias bem
aliviando-te nele, à descarada
esqueces o bom senso e a decência
entre prazeres e proeminências
que calas na minha boca
entregando-me, eu, já em demência.

E eu danço para ti, com tanto perigo
com tão pouca noção e juízo
que pressentes, de imediato, o risco
mas o medo não há meio
ficando eu acesa, já labareda
até que tu coloques nisto algum freio.

Afagas, beijas e lambes-me os seios
esquecendo logo, quem sou
e tu de sentidos nulos e perdidos
deslizas na minha pele, já em chamas
e dizes, gritando, eu não mudei
por isso, continuas a amar-me, eu sei.

E depois de tudo isto, tudo se resume
ao amor, que fazemos, sempre
como se fosse a primeiríssima vez
na mesa, no chão, no tapete, na cama
e quantas vezes, na imaginação!
Que tamanha tortura! Não, não e não!
 
 
CÉU

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